quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Na tarde de domingo..

..muitos torcedores, por volta das 16h55, estarão ansiosos, roendo unhas, gritando hinos, xingando juízes e adversários, concentrados. Imagina a hora que o apito inicial soar em dez estádios em oito estados diferentes! O coração vai querer subir do peito para a boca, para espiar cada lance...

Tem torcida que não vê em seu clube chance maior do que fazer parte do melhor campeonato da Terra. Sejam os fiéis corinthianos, os esmeraldinos goianos, os entristecidos sportistas e, por que não, os calmos vitorianos da Bahia.

Em dois lugares especiais a luta será dupla. No ABC paulista, temos aficcionados andreenses contra os pernambucanos de capibaribe. Quem perder, cai. Se empatar, morrem abraçados. Em um jardim da Barra Funda, os desacreditados palmeirenses pegam os frustados atleticanos, tão rivais de outro Palestra Itália. Quem perder, está fora da Libertadores. O título já lhes parece distante, mas a esperança é a última que apita.

Ainda na ponta, teremos os colorados do sul na não mais tão temida ilha do retiro, sonham com um milagre daqueles bem fáceis de acontecer. São 30 anos de jejum, acumulados aos 17 de flamenguitas e 15 de parmeristas, temos 62 anos sem títulos. Os líderes são paulinos terão vida dura, mas estão há um empate de seu quarto título seguido. Em Campinas, Fenômeno vs Imperador. O clássico das multidões vai definir o que os rubro negros irão conseguir.

Imaginem cada anúncio no estádio. Gol de tal, no lugar tal. E a cabeça vai fazer contas. E haverá comemorações e lamentos. E pessoas reclamando de entregas e agradecendo comprometimentos.

Teremos futebol domingo. Daqueles de fazer sofrer até quem não disputa mais nada, a não ser a honrosa glória de vencer mais uma partida. Quer mais louro que isso? Espero que domingo todos vamos torcer, e torcer muito, seja pelo(s) time(s) que for(em).

Ah, domingo de futebol onde se deve assistir futebol, no estádio!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

No lugar de Henry, o que você faria?

Eram jogados 13 minutos do primeiro tempo da prorrogação. A bola foi alçada na área. Passou por todos os jogadores e sairia pela linha de fundo. Sairia. Porque Thierry Henry não deixou. O experiente atacante dominou com mão e, mesmo assim, a bola iria pela linha fundo. Desta forma, o francês tocou outra vez com a mão. Com a bola controlada, Henry cruzou para o zagueiro Gallas marcar.

O jogo entre França e Irlanda, válido pela repescagem europeia para a Copa do Mundo de 2010 ficará na história. Não por lances brilhantes, gols bonitos ou jogadas antológicas. E sim pela mão descarada de Henry (foto), que colocou a França no próximo Mundial, frustrando o sonho irlandês de voltar ao torneio.

Após a jogada, as críticas desabaram sobre o atacante do Barcelona. Ministros franceses e irlandeses declararam que a partida deveria ser realizada novamente. Questão de justiça. O próprio Henry disse que o ato foi impensado e, se pudesse voltar no tempo, teria evitado o lance ou, ao menos, teria se denunciado ao árbitro.

O árbitro, por sua vez, não tinha como ver o lance. Estava totalmente encoberto. O auxiliar também estava longe. O juiz poderia ter percebido que a reação dos irlandeses não era normal, a ira com que reclamavam denunciava que havia tido algo de errado. Mas ele não poderia voltar atrás.

Então, quem culpar? O árbitro não viu, Henry não pensou antes de agir e a trapaça estava feita. Como punir? Voltar o jogo? Não parece justo. A realidade do jogo seria outra e, muito provavelmente, a França venceria novamente. Então, como proceder?

A polêmica é grande e divide a opinião pública. Está na hora do futebol utilizar imagens para esclarecer lances difíceis? Eu, particularmente, acho que já passou da hora. É muito dinheiro, muitro trabalho, muita paixão, de muita gente, envolvidos em um jogo que pode ser burlado tão simplesmente.

Alguns dos amantes do esporte dizem que isso tiraria o romantismo, a essência do futebol. Em partes, eu concordo. E mais, respeito a opinião. Mas acho que o mundo do futebol se profissionalizou, virou negócio. Está na hora de evoluir em mais este quesito!

Mas que 90% das pessoas fariam a mesma coisa que Henry, fariam. É automático! Não serve de desculpa, mas é um atenuante.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ficou feio, STJD!

Não é de hoje que a decisões do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) costumam gerar polêmica. Requisição de imagens, julgamentos, suspensões e recursos, beneficiando e prejudicando os mais diversos times brasileiros. Mas dessa vez ficou feio.

As expulsões de Borges (foto), Dagoberto e Jean complicaram o São Paulo contra o Grêmio. Depois, contra o Vitória. Mas não foi apenas isso. No julgamento de ontem, o STJD puniu os três jogadores com a mesma pena: três partidas de suspensão. Como já cumpriram uma, voltam à campo apenas na última rodada do Brasileirão.

As punições foram polêmicas. Deles, Borges era quem merecia suspensão, afinal, agrediu com socos o volante Túlio. Para ele, era esperada uma pena maior que três partidas. Dagoberto fez uma falta de jogo, onde recebeu o cartão vermelho direto. No julgamento, esperava-se apenas uma partida de suspensão. No máximo duas, porque o palmeirense Vágner Love recebeu esta sentença em jogada semelhante. Três jogos, no entanto, foi exagero.

O caso de Jean é ainda pior. Foi expulso por uma falta normal, de jogo. Levou o segundo cartão amarelho e, consequentemente, o vermelho. Não merecia suspensão alguma. Quanto mais três jogos. Faltas iguais à dele têm aos montes, todos os jogos.

A coincidência é que, no domingo, o São Paulo enfrenta o Botafogo, que corre risco de rebaixamento. E pior: está na luta pelo título nacional contra o Flamengo, segundo colocado do Brasileirão, dois pontos atrás dos paulistas. Muita coincidência dois cariocas serem beneficiados pelo julgamento. Não é?

E tem mais. O Tricolor perdeu o mando de seu último jogo, contra o Sport. Isso porque um jovem, que sonha ser jogador de futebol, invadiu o gramado no jogo contra o Inter. A punição não é errada, desde que haja critérios.

O Flamengo, por exemplo, teve um caso semelhante, quando um torcedor invadiu o gramado no jogo contra o Santos. O Atlético-MG também passou pelo mesmo problema. E, em nenhum dos dois casos, houve punição. Apenas com o São Paulo. Muito estranho!

Pelo andar da carruagem, é bom o São Paulo jogar MUITA bola nestas últimas três partidas, senão ficará sem o inédito tetra seguido.

Ah, e só para constar. O Flamengo tem um belo time, com Adriano e Petkovic jogando demais. Merece o título, se o conseguir. Mas com um time tão bom, não precisa de ajudas externas para lutar pela taça!

Mas deixa isso pra lá. Não vou escrever muito senão vou pegar 3 posts de suspensão e só volto a escrever em 2010!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Passaporte carimbado

O amistoso entre Brasil e Inglaterra, no último sábado, nada valia. Pelo menos em questão de pontos ou competições. Mas para um jogador, em especial, a partida pode ter sido a mais importante do ano.

O atacante Nilmar (foto), autor do gol da vitória brasileira, parece ter carimbado sua ida à Copa de 2010, na África do Sul. Principal opção ofensiva, o veloz jogador infernizou os defensores ingleses e, além do belo gol de cabeça, sofreu um pênalti, desperdiçado por Luís Fabiano.

Nilmar é considerado o reserva imediato de Robinho. O atacante do Manchester City (ING) está machucado e, do banco, viu o companheiro ganhar moral com o técnico Dunga e deve ter ficado preocupado. Sua posição, antes intocável, já está em dúvida.

A partida contra a Inglaterra era considerada um amistoso de luxo e serviria para o técnico Dunga fazer observações em sua equipe. O zagueiro Thiago Silva foi outro que agradou. Seguro nos desarmes e com a categoria de sempre, ganhou alguns pontos com o treinador.

Michel Bastos, pela lateral-esquerda, fez uma boa apresentação, mas ficou longe de encantar. A posição, maior incógnita entre os titulares, anda tirando o sono de Dunga, que faz testes e não consegue achar o jogador ideal para a camisa 6 canarinho.

Se na lateral a falta de jogadores preocupa, o ataque parece ser uma boa dúvida para a cabeça do treinador, que ainda tem o Imperador Adriano entre os seus prediletos para o Mundial do ano que vem.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O sabor de um título

Quarta-feira o Mineirão foi palco da despedida de Juan Pablo Sorín do futebol. O lateral cabeludo, com jeitão brigador decidiu pendurar as chuteiras em um jogo entre seus dois clubes do coração: o Cruzeiro, equipe atual e onde marcou época em sua primeira passagem, e o Argentinos Juniors, local onde foi criado e deu os primeiros passos no futebol.


Mas não é isso que vim falar. Vim falar sobre o sabor de uma conquista, seja ela qual for. Muitos babacas vivem dizendo que "tal título não vale nada, o que vale é Libertadores, Mundial e bibibi". Pura balela!! Título é título. Título é emoção. Título é sentimento. É aquela hora de extravasar, comemorar.

Após sua primeira saída do Cruzeiro, Sorín escreveu uma carta para os torcedores. Nela, ele deixa clara a alegria de ser campeão, mesmo que esse título seja da... COPA SUL-MINAS. Sim. Isso mesmo.

Vale a pena ler.

"Há quatro meses conquistamos a Copa Sul Minas.

Há quatro meses fui embora do Cruzeiro

O texto abaixo escrevi para mim, porém, senti a necessidade de compartilhá-lo com vocês.

Simplesmente para que saibam a importância que tudo isso tem na minha vida.

Simplesmente para seguirmos juntos, apesar da distancia.

Hoje, estréio em meu novo time.

São muitas as expectativas e as vontades de sempre, mas esperando um dia retornar a minha segunda casa.

15:58 hs – Banderas en tu corazón (Bandeiras no teu coração)

Setenta e cinco mil caras esperando ver o Cruzeiro campeão.

Saímos rodeados de mascotes e crianças, que nos acompanham sempre com um sorriso.

Pegamos forte e corremos para o gramado.

Uma olhada rápida, mãos para o alto e as primeiras emoções.

Não é comum e é até anormal muitas camisas argentinas, celestes e brancas, no Brasil todas sentimentalmente distinguíveis.

Chegam as placas de homenagem.

Primeiro, do presidente.

Depois, da Máfia Azul e logo uma camisa inesquecível com o meia dúzia nas costas, assinada por todos os funcionários do clube.

A melhor homenagem, da cozinheira ao roupeiro, os encarregados da limpeza, até meus colegas, médicos, técnicos...

Vale ouro! Vale mais suor, ainda!

Sorteio a moeda da Fifa.

Deu branco e ganhei.

No segundo tempo, atacaremos junto ao grosso da nossa torcida.

Antes de começar toca o hino brasileiro.

Todos cantam e eu não. Procuro minha companheira e concentro-me em silêncio.

Observo a torcida e na arquibancada há uma bandeira argentina.

Que orgulho! Não posso acreditar. Onde estão meus amigos do bairro para contar-lhes?

Jogam balões para os céus com meu rosto estampado numa bandeira vertical.

É minha despedida, a parte da final. Contenho as lágrimas, soa o apito.

16h20 - Sarando as feridas

Meu Deus! Um choque forte, toco a sobrancelha.

Sangue. Puta que pariu! De novo?

Quarto corte na cabeça em dois anos e meio.

Queria jogar e o juiz reserva "canarinho" disse-me que não!

Quase pede minha substituição e disse-me que há muito sangue.

Peço-lhe por favor. Hoje, não me deixes de fora, irmão!

Ele não entende bem, mas me permite entrar e lá vou eu como um "papai smurf".

Serão seis pontos no intervalo, 0 a 0, com uma bola na trave e um susto forte.

17h40 - Oh meu pai, eu sou Cruzeiro meu pai...

Tira a camisa! Tira a camisa!

Parece uma bola perdida, mas sei que o Ruy vai ganhá-la.

O "cabeção," meu amigo e parceiro de quarto, vai tocá-la por um lado e buscá-la pelo outro (fez uma gaúcha, berra o locutor).

Entra na área e só rola para trás.

Não sei o que faço aí, a não ser confiar nele.

Não sei o que faço senão ir além do sonho da despedida e não há tempo para pensar.

Com três dedos e meio esquisitos de prima, com a sempre canhota bendita e a rede se mexe, é o mundo que explode, vem o delírio, a festa...

Não pode ser real. As cabecinhas que pulam descontroladas, a camisa voando na mão e um grito eterno, inesquecível, uma dança especial.

17h55 - Ah, eu tô maluco!

Bicampeão!

Faltam segundos e não existe sensação comparável como a de ser campeão.

Nos olhamos cúmplices com o Cris e rimos da conquista depois do esforço.

Somos irmãos, somos um punhado azul de raça inquebrantável, enquanto o pessoal na arquibancada baila, grita, goza e por fim estoura com o final.

Escuta-se um estrondo inconfundível.

Um abraço, dois, um milhão, a correria perdida, louca, entre pulos, festejos com cada companheiro, Toninho, Valdir, Tita e Bolinha, todos malucos.

De repente um cara me leva nas costas e damos a volta olímpica.

Não quero que isso termine e penso se pudesse parar o tempo nesse instante, mas não posso.

E aí, vou dando-me conta que também é o final para mim, que estou indo embora do meu time, da minha cidade, da minha gente.

Então, vem a enorme emoção e comemoro como sempre, desenfreado, sem limites, como se fosse a última vez.

Comemoro e cumprimento cada canto do maravilhoso Mineirão.

Despeço-me e quero abraçar a todos.

Quero que dêem a volta conosco, quero dizer-lhes que eles não sabem como necessitamos de todos aqui dentro.

Vejo as faixas e ainda não acredito.

Vejo os rostos de alegria e até hoje nada sai da minha mente.

Depois de tudo, a surpresa com a presença de minha mãe exatamente no Dia das Mães e é impossível não chorar. Finalmente, recebo a Copa tão desejada.

É bonito ser capitão.

É grandioso ser capitão do Cruzeiro e ser campeão.

Levantamos a taça, desfrutamos e saímos a oferecer aos milhares que estavam por todas as partes até o cansaço.

Imagino Minas.

Imagino Belo Horizonte.

Tudo se acaba e não podia ser tão perfeito.

Será que sonhei?

Nem um sonho seria tão incrível.

Estou partindo e pensando se algum outro dia serei tão feliz!"


Juan Pablo Sorín

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Comprometimento zero!

Que o atacante Borges (foto) não ficará no São Paulo em 2010 todo mundo sabe. Agora a dúvida para dirigentes, comissão técnica e torcedores é simples: como terminar o ano de 2009 sem grandes danos à relação clube-jogador?

Ontem, contra o Grêmio, o camisa 17 entrou no segundo tempo, no lugar do apagadíssimo Washington, e parecia estar com vontade. Aliás, vontade até demais. Em poucos minutos, levou cartão amarelo por uma entrada forte e, em seguida, foi expulso por agredir o volante Túlio.

O cartão vermelho desestabilizou o Tricolor paulista que, com um a menos, passou a se defender. O São Paulo ainda teve Dagoebrto e Jean expulsos. Mas ambos, diga-se de passagem, têm crédito com a torcida por estarem jogando bem.

Já o caso de Borges é mais complexo. O jogador anda sendo alvo de muitas especulações. Para uns, já tem um pré-contrato assinado com o rival Corinthians. Para outros, foi procurado pela Traffic, parceira do não menos rival Palmeiras. Outros bancam a ida do atacante para o próprio Grêmio.

O fato é que a cabeça do ex-matador, hoje apenas mais um reclamão, está longe do Morumbi. Independente do destino do atacante, é imprudente colocá-lo em campo. O jogador, que nunca foi unanimidade entre os torcedores, hoje é rejeitado pela imensa maioria. Cada erro será encarado como falta de vontade e, principalmente, de comprometimento.

Nesta reta final de Brasileirão, cada detalhe será importante e, por isso, não consideraria Borges uma opção para o São Paulo. Aliás, nem Borges e nem Hugo, que é outro que deixa o time no final do ano.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Reencontro em grande estilo

O meia Kaká se reencontrou ontem com a torcida do Milan, seu ex-clube. O brasileiro, atualmente no Real Madrid, jogou pela primeira vez no estádio San Siro sem vestir a camisa vermelha e preta.

E a torcida italiana, como já era de se esperar, recebeu Kaká como um verdadeiro ídolo. Cantou a música do antigo camisa 22, levou faixas e aplaudiu o jogador, que foi campeão da Champions League e do Mundial Interclubes com o Milan.

Na partida, válida pela fase de grupos da competição europeia, o time italiano ficou no empate com o Real Madrid, por 1x1. Pelos espanhois, marcou o atacante Benzema, após jogada do próprio Kaká e valha do goleiro Dida. Quem empatou para o Milan foi o também brasileiro Ronaldinho Gaúcho, de pênalti.

Vale lembrar que Kaká havia prometido não comemorar caso marcasse contra seu ex-clube. Pelo jeito, a relação de amor entre o brasileiro e o Milan ainda é grande!