segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A vitória do jogo feio

Cada dia que passa, uma coisa torna-se mais certa no futebol. A equipe que tiver uma defesa mais forte, mais segura, chega mais longe nos campeonatos. "A defesa é o melhor ataque", já diz o velho chavão esportivo.
No clássico de ontem entre São Paulo e Palmeiras, isso ficou evidente. O Palmeiras, líder e com quatro pontos de vantagem sobre o adversário, entrou achando o empate bom. O São Paulo, com medo de se expor e deixar o rival abrir sete pontos na tabela, também estava feliz com a igualdade. Resultado: 0 a 0.
O que tinha tudo pra ser um jogão, uma partida cheia de chances, com Diego Souza em ótima fase de um lado e Washington e Dagoberto voltando a jogar bem de outro, transformou-se em um jogo monótono, com duas equipes mais preocupadas em marcar do que criar. O Palmeiras ainda tentou alguma coisa nos 15 primeiros minutos, mas foi só. O São Paulo deu uma pressãozinha no final, mas nada que assutasse.
A intenção de se defender dos times é tão grande que já deixou de ser apenas uma preocupação e virou tara, fanatismo. No intervalo, Muricy tirou o atacante Ortigoza e colocou Souza, mais um volante, o terceiro do Palmeiras. Ricardo Gomes, que teoricamente precisava mais da vitória do que o adversário, colocou o defensivo Arouca no lugar de Hernanes, que se machucou, e Hugo na vaga de Dagoberto. Vale lembrar que o São Paulo ainda tinha três zagueiros.
Com apenas um atacante de cada lado, as bolas deixaram de chegar e as chances de gol desapareceram. Vitória do jogo feio, do pragmatismo, do chato campeonato de pontos corridos, que faz com que esse tipo de pensamento prevaleça. Uma pena, pois todo mundo queria ver um belo espetáculo.

2 comentários:

Obede Jr. disse...

O jogo foi decepcionante. Mas nem por isso pode se falar mal dos pontos corridos, Palmeiras e Galo, foi um jogo mto bom.

E nem achei que o Palmeiras entrou pelo empate, foi um 4 4 2 ofensivo. Achei que fosse entrar com um atacante só.

A verdade é que faltou inspiração aos jogadores, Diego Souza e Hernanes foram mal. Jean e Jr. César pouco atacaram. Jorge Wagner esteve em campo? Obina não contou com sua estrele e foi limitado como é. CX 10 sentiu a contusão e se escondeu, Washington tentou algo, mas tbm se machucou.

Coisas que acontecem. Ninguém achou que ia ser um 3 a 3, as duas defesas são boas e os volantes tbm.

E mesmo se fosse um mata-mata da vida, esse jogo seria assim! Faltou alguém com gana de vencer, DS entrar com sangue nos zóio, Dagoberto ter um pouco mais de sorte nos lances, pq ele buscou o gol.

Foi decepcionante, acho. Esperei um jogão, que não veio.

João de Andrade Neto disse...

Jogo feio. Dois times acanhados, com medo de atacar. No fim das contas, resultado justo.

A causa do mau futebol, do medo de atacar, tem um nome. Mas não vou dizer, senão pode soar como perseguição. Mas trata-se de uma figura em comum nos dois times.

A mentalidade do SP é a mesma desde 2006. Teve melhores defesas e títulos. Conquistas que fizeram bem para o clube, mas muito mal para o futebol. Quase como o título da Itália na Copa de 1982.

O futebol de resultado, do primeiro marca para depois atacar, está vencendo. E a cada conquista, prova aos demais envolvidos com o futebol que esse é o caminho.

No final, é isso que vemos. Dois times com medo, embolando volantes e dependendo de um ou outro jogador diferenciado. É muito pouco!

Parecia uma luta de boxe, com os dois trocando socos beeeem de longe e esperando pela vitória por pontos. E essa é uma das consequências dos pontos corridos. Pode-se alongar o sofrimento, não tentar resolver na hora e torcer para, no futuro, a equipe adversária tropeçar contra os Náuticos, Atléticos e Vitórias da vida!