quinta-feira, 27 de maio de 2010

Jogar no Brasil: um tiro pela culatra

O técnico Dunga, no período final de avaliação dos jogadores que poderiam defender a Seleção brasileira na Copa do Mundo, voltou bastante os olhos para os atletas que atuam no Brasil. E isso fez com que vários destes selecionáveis tivessem decisões de onde jogar, visando seu futuro na equipe canarinho.

O principal caso foi de Adriano. Após desistir do futebol na Inter de Milão, voltou ao Flamengo e reencontrou o bom futebol. Na pior fase, teve o apoio de Dunga e esteve nas convocações do treinador. Voltou a jogar bem, recuperou o prestígio e foi desejado por times da Europa. Mesmo assim, resolveu ficar no Brasil, já que isso facilitaria sua ida para a Copa.

Mas não foi o que aconteceu. O tiro saiu pela culatra. A exposição demasiada, entre idas ao morro e polêmicas com bebida, fizeram com que a imagem de Adriano sofresse danos irreversíveis aos olhos de Dunga. No final das contas, o atacante ficou fora da lista de atletas no Mundial. Frustração para o Imperador, que agora voltará em paz para o Velho Continente.

O zagueiro Miranda foi outro traído pelos princípios. Objeto de desejo de vários clubes europeus, o beque resolveu ficar no São Paulo, contando com uma maior visibilidade de seu futebol. Manteve a ótima média de exibições no Tricolor, mas não correspondeu quando convocado. Figura presente em todas as últimas listas de Dunga, perdeu a vaga na reta final, ao ver Thiago Silva brilhar no Milan.

Os volantes Sandro e Hernanes, de Inter e São Paulo, respectivamente, também estiveram em convocações de Dunga. Ficaram em seus clubes, mesmo com propostas tentadores. A escolha, porém, não valeu de nada. Ambos ficaram fora dos 23 preferidos do técnico brasileiro.

Diego Tardelli brilhou no Atlético Mineiro e poderia ter deixado o Galo. Ficou e esperou a chamada de Dunga. Em vão. Vágner Love deixou a Rússia à caminho do Palmeiras. Depois trocou o Verdão pelo Flamengo. O sonho era o mesmo: ser observado de perto pelo treinador. Flano frustrado e nada de convocação.

O gremista Victor caiu na mesma armadilha. Recebeu propostas de grandes clubes portugueses, muito interessados em contar com o goleiro. Escolheu permanecer no Grêmio, já que era nome certo na lista final de Dunga. Mas, em uma das grandes injustiças, ficou fora do Mundial, perdendo espaço para o criticado Doni.

A grande exceção à regra foi o atacante Robinho. Em péssima fase no futebol inglês, conseguiu desenhar sua volta ao Santos. No clube praiano, redescobriu o bom futebol ao lado dos 'meninos da Vila' e garantiu presença na Copa. Além, claro, de confirmar escalação como titular do time de Dunga, já que sempre foi o jogador de confiança do técnico.

Com a lista final divulgada, a debandada do futebol brasileiro deve ser rápida. Além dos jogadores já citados, muitos outros despertam desejo nos europeus. Casos do corintiano Elias, do tricolor Fred, do rubro-negro Vágner Love e do cruzeirense Kléber.


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