
O ano de 2007 entrará para a história do
Corinthians. Clube com a segunda maior torcida do Brasil, o
Timão deu vexame durante todo o ano e coroou a temporada com o inédito rebaixamento para a Segunda Divisão.
Após um fracassado Campeonato Paulista, onde sequer se classificou entre os quatro melhores, também foi eliminado na Copa do Brasil. A eliminação veio contra o
Náutico, que mais para frente revelaria-se um cruel algoz do
Timão.
Superados os revés, veio o Campeonato Brasileiro. E a preparação foi péssima. Com jogadores da base, montou um time ruim tecnicamente. Os reforços vinham aos montes, mas de clubes como
Bragantino e
Ponte Preta.
O nível era baixíssimo, mas uma seqüência de vitórias no início iludiu o torcedor corintiano. Com o passar do tempo, a realidade veio à tona. A saída de Willian, um oásis de qualidade no meio-de-campo, deixou evidente a fragilidade do time.
No comando, passaram Carpegiani, Zé Augusto e Nelsinho Baptista, que tiveram a obrigação de organizar o time do
Corinthians. Não conseguiram. Os jogos sucediam-se e os jogadores apenas entravam em campo. Derrotas em casa, fora, pontos perdidos que seriam importantes no futuro.
Apenas dois jogadores mereceram elogios. O primeiro é o responsável pela possibilidade de lutar contra o rebaixamento. Sim, porque sem o
goleiro Felipe (foto) o
Corinthians teria caído muito antes, junto com o
América-RN. Fez defesas brilhantes, jogos fantásticos e foi o melhor jogador do
Timão no torneio.
O outro foi o limitado, porém esforçado, centroavante Finazzi. Autor de 12 gols no torneio, deu algumas vitórias magras ao time paulista, além da chance de sonhar com a permanência na elite do Brasileirão.
E a reta final do Brasileirão chegou. Uma possível vaga na Libertadores, como havia sido cogitada, ficou em um passado bem distante. Uma posição intermediária e tranquila parecia possível, mas não foi o que se viu no time do
Corinthians. A luta seria mesmo contra o rebaixamento.
Garra não faltou! Sejamos justos. O time brigou, lutou e fez o que pôde. Mas a limitação técnica foi evidente. O que esperar de jogadores como Iran, Moradei e Clodoaldo? Nada! O
Corinthians se reforçou apenas com jogadores de Série B.
As últimas esperanças vieram dos juniores. Dentinho e Lulinha, dupla de sucesso nas categorias de base, entraram na fogueira e claramente sentiram a pressão de ter que salvar o
Corinthians. Nada conseguiram fazer, apesar da força de vontade.
A Fiel Torcida esteve presente, apoiou o time além do imaginável. A paciência durou mais do que era esperado e lógico. Incentivou em treinos, compareceu e empurrou o time nos jogos, seja em São Paulo ou fora do Estado. Mas o problema estava mesmo dentro das quatro linhas. E que problema...
A favor do
Corinthians estavam os seus concorrentes diretos.
Goiás e
Paraná 'esforçavam-se' para ficar com uma vaga entre os rebaixados. Os dois também perderam jogos fáceis e não demonstravam a mínima vontade de permanecer na Série A.
Há três rodadas do final, conseguiu um empate heróico contra o rival direto
Goiás, fora de casa. Graças novamente ao ótimo Felipe, que pegou um pênalti. Em casa, perdeu para o desinteressado
Vasco e teria que decidir no Sul, contra o forte
Grêmio. Contava com uma combinação de resultados, que poderia salvá-lo.
Em campo, a mesma deficiência técnica dos últimos jogos. Um gol do gremista Jonas antes do primeiro minuto aterrorizou o time paulista. O empate veio, mas a combinação de resultado não. O
Inter, aquele mesmo da "final" de 2005, que havia sido prejudicado na disputa pelo título com o
Timão, não conseguiu salvar o
Corinthians.
Os rivais riram e tiraram sarro. Os corintianos choraram e deram uma bela demonstração de amor. Denominaram-se loucos, declararam seu amor pelo clube e pediram: Não pára de lutar! As lágrimas dos fiéis torcedores correram. Uns, de tristeza. Outros, de raiva.
A conturbada e obscura parceria com a MSI deu seus resultados. Contratações estranhas, sem lógica e sem limites, clara lavagem de dinheiro e muitas polêmicas. Tiraram o presidente Alberto Dualib do comando, mas de nada adiantou. Foi tarde demais...
E culpá-lo por tudo é muito fácil. Ainda mais para o atual presidente, Andrés Sanchez, que fazia parte da diretoria de Dualib e vivia ao lado de Kia. O resultado está aí: o
Corinthians jogará a Segunda Divisão em 2008.
E o
Timão que não pense que terá vida fácil na Série B. Muita coisa terá que mudar no Parque São Jorge para que o time possa recuperar a confiança, o bom futebol e voltar a elite do futebol nacional!