quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Medo dentro de campo

A bruxa está solta nos gramados do mundo todo. A morte do lateral espanhol Antonio Puerta, do Sevilla, que estava internado desde domingo, quando desmaiou durante a vitória do seu time sobre o Getafe, pelo Campeonato Espanhol, chocou a todos e trouxe a tona a questão da preocupação com a saúde dos jogadores de futebol.

Hoje, no momento em que Puerta era velado, outro atleta morreu jogando futebol. Foi o ex-jogador da seleção da Zâmbia, Chaswe Nsofwa, de 26 anos. Ele treinava pelo time Hapoel Beersheba, da primeira divisão de Israel, quando foi ao chão com uma parada cardíaca.

Esses fatos nos remetem à noite de 27 de outubro de 2004, quando o zagueiro Serginho, do São Caetano, se sentiu mal e caiu no gramado do Morumbi. Foi socorrido e, horas depois, a notícia que chegou do Hospital São Luís foi a do óbito do jogador de 30 anos.

Antes dele, foi a vez do camaronês Foé, que morreu atuando pela seleção de seu país em um jogo da Copa das Confederações, e do húngaro Miklos Fehér, do Benfica, que, depois de sorrir, caiu com uma parada cardíaca no jogo contra o Vitória de Guimarães.

Ao ver isso, nos questionamos sobre a preparação fisíca a que os atletas são submetidos desde cedo. Com 13 ou 14 anos, os garotos já são cobrados - seja pelos pais ou pelos times - para que tenham um alto rendimento. Para isso, sofrem cargas e cargas de musculação e treinos de condicionamento, impróprios para a idade.

Outros jogadores profissionais já passaram pelo drama de parar de jogar por causa de problemas no coração. Foi o caso de Willian, do Palmeiras e Fabricio Carvalho, do Goiás, que passaram dois anos sem poder praticar esportes, mas hoje estão de volta aos campos.

O caso do atacante Washington (ex-Ponte Preta e Atlético Paranaense) foi mais grave. Ele precisou se submeter a uma cirurgia na época que estava vivendo sua melhor fase e vinha sendo chamado para a seleção brasileira. Ele ficou afastado e conseguiu voltar. Ganhou o apelido de "Coração Valente" e bateu o recorde de gols marcados no Brasileirão de 2004.

Agora, depois desses incidentes, a Fifa, em conjunto com as conferações, precisa tomar atitudes para que mortes deixem de acontecer. Afinal, não dizem que esporte é vida?

Salvo pelo desfibrilador


O zagueiro irlândes Clive Clarke, do Leicester City, da Inglaterra, quase se tornou um número para a estatística acima. Ele desmaiou no intervalo do jogo contra o Nottingham Forrest, pela Copa da Liga Inglesa, e foi salvo por um desfibrilador.

O jogador de 27 anos teve duas paradas cardíacas ainda no vestiário e só sobreviveu devido ao rápido uso do aparelho. Ele segue internado, mas, segundo os médicos, seu quadro é estável.

3 comentários:

Obede Jr. disse...

Até aonde o futebol força vai chegar? Até quando nossos jovens jogadores terão que submeter a treinamentos puxados, excesso de vitaminas e medicamentos só para correrem mais e mais?
O corpo, ao contrário do que dizem por aí, não é uma máquina. Ele tem o seu limite, que não é alto, mesmo para um atleta e vivendo de limites em limites uma hora ele estoura. O coração estoura.
Mais uma tragédia, é preciso repensar isso..

disse...

Jogadores tudo novo morrendo... lamentavel!!

Por isso que eu fico aqui tomando cerveja, joga bola faz mal pra saude hahahahha que diga o cidao, que jah machuco o olho, quebro o dedo antes de entrar em quadra, o que sera que ele vai faze nesse ano? hahahaha ultimo ano tem que ser algo inovador e inesquecivel haahahhaha

João de Andrade Neto disse...

De repente um monte de casos novos. E de jovens atletas tendo problemas.
O Puerta tinha 22 anos, já tinha sido convocado pra Seleção e teria futuro.
É um misto de fatalidade, imprudência e excesso de treinamentos. E o pior é que esses treinamentos são acompanhados e aprovados pelos próprios médicos!